quinta-feira, 17 de novembro de 2011

1º Tempo - Comunidade: Grupo do Prof. Leandro Rosa

Relatório - 1º Tempo Comunidade realizado no dia 22 de outubro

Prof. Leandro Rosa – Antropologia

Município de Girau do Ponciano – Povoado Alecrim – Escola Profª. Genoveva Maria da Costa

Direção: Rita da Silva Rocha

A realização do Tempo Comunidade

Reunimos-nos na escola citada e dentro da sala de aula, eu e os alunos conversamos um pouco sobre o que iríamos realizar naquela manhã. Como disse acima, relembrei com eles a questão da alteridade e que não olhassem apenas para as declarações orais que iriam recolher, mas que também atentassem para a ocupação geográfica da região. Não só os nomes dos lugares e pessoas, mas também a disposição das casas, ruas, etc.

Lembrei do “estranhamento” que o encontro com o “outro” pode causar, mas também que os “corações e mentes” estivessem abertos para as identificações e concordâncias, que eles e elas entrariam em contato, fechando assim o ciclo antropológico de que o “outro” na verdade, “somos nós mesmos”.

A partir desse momento, foram separados grupos de estudantes que iriam se espalhar pelo povoado a recolher as informações. Eu e o aluno Antônio Paulo Bezerra, ficamos na escola e conversamos com o Professor de Matemática e Diretor Adjunto, Sr. Gilvan e com a Professora Edna sobre informações relativas à escola.

Gostaria de destacar a grande disponibilidade e presteza desses dois profissionais que numa conversa franca e animada expuseram todas as informações que perguntamos. Obviamente, ao começo da conversa, expliquei o que é o Procampo e que a atividade ali realizada não tinha um cunho fiscalizador e nem de ensinar ou “trazer” um discurso pronto da “voz da Universidade que tudo sabe e tudo vê”, mas sim de uma troca, de um momento que os alunos pudessem complementar os conteúdos que estão vendo na sala de aula do Procampo no trabalho junto à comunidade (pedagogia da alternância). Feita essas ressalvas o papo fluiu muito bem e “secretariado” pelo aluno Paulo (que tem uma história pessoal e umbilical com a escola) conversamos com os dois professores e aprendemos muito sobre a instituição e a região. Pude também com a professora Edna “passear” no entorno da mesma e ver as dificuldades e seus sucessos.

Conquista Brasileira

Emblemático e significativo. Esses são os dois adjetivos que dou ao primeiro nome da Escola Professora Genoveva. Aliás, nome dado por esta mesma professora, “Conquista Brasileira” foi o primeiro nome da escola e segundo os professores foi dado por significar para a Professora Genoveva, ser a sua fundação, uma verdadeira conquista.

O terreno da mesma pertencia à família da professora e por iniciativa dela foi construída como alternativa de estudo para os habitantes do povoada, a escola tem pouco mais de trinta anos de existência e atende do primeiro ao nono ano e também turma de Educação de Jovens e Adultos no período noturno.

Estrutura e baixa evasão

A escola sofre dos problemas já clássicos das escolas brasileiras, ou seja, número insuficiente de salas de aula, com média de 45/50 alunos por turma, problema que seria solucionado com a construção de mais duas salas de aula. Até uma cisterna abandonada ao lado da escola foi transformada em sala de aula, mas ainda não é o suficiente para a demanda, como foi ressaltado. A boa notícia, relatada pelos dois professores, é que a evasão escolar não é um problema para a escola, tem uma boa de formação segundo eles. A preocupação é a dispersão dos alunos e alunas, principalmente à noite na parte externa da escola. A poucos metros da mesma existe um bar onde os alunos vão jogar sinuca. O que faz com a professora Edna e às vezes o Professor Gilvan tenha que ir buscar os alunos do lado de fora da escola.

Principais atividades

A escola realiza há três anos uma Feira Literária e também uma Feira dos Estados Brasileiros. A primeira tem como objetivo incentivar a leitura e trabalhar a literatura em grupos separados por autores importantes. O Povoado não conta com uma biblioteca. Para Professora Edna é um evento grandioso e com ampla participação tanto dos alunos como da comunidade. Deu como sugestão que o Procampo pudesse ajudar na próxima edição da feira. A Feira dos Estados é semelhante, faz com os alunos pesquisem os estados brasileiros, suas “culturas” e as suas bandeiras, a última edição teve como tema os estados da região nordeste.

Problemas da Região

O principal problema que atinge a região do povoado é a degradação das terras, os principais produtos da região são o plantio de fumo e da mandioca. As terras estão se degradando devido à retirada de areia. Atividade sem fiscalização adequada destrói o solo e provoca o que os professores chamaram de “morte da terra”. Da escola é possível ver áreas de terra desgastadas e regiões com erosão destacada.

A Escola conta com uma sala de informática, mas a falta de manutenção por parte do Estado dificulta o uso da mesma, pois os computadores vão quebrando e sem manutenção a coisa complica, não contam com internet também.

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