SECRETARIA ESTADUAL DO MST EM ALAGOAS - Lila Lopes
A presidenta Dilma Rouseff esteve em Alagoas para lançar o programa Água para Todos e uma agroindústria de produção de farinha de mandioca. A agenda ganha um tom político, pois, na oportunidade, os movimentos sociais ligados à luta pela terra (Comissão Pastoral da Terra – CPT, Movimento de Libertação dos Sem Terra – MLST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST e Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL) aproveitam para levar à chefe maior do Estado brasileiro o recado dos camponeses.
“Sem a realização da Reforma Agrária, como política estruturante da distribuição das riquezas (terra e renda), não tem como se combater a miséria”, alerta Débora Nunes, da Direção Nacional do MST. Ela avalia que o combate a miséria deve aliar às políticas paliativas já anunciadas (transferência de renda), uma política mais estrutural, que condicione o homem e a mulher do campo a se incluírem na produção de alimentos. Essa política é a Reforma Agrária, que hoje passa por uma série de entraves para ser implementada.
A principal dificuldade é a dotação orçamentária destinada à política. Sempre contingenciados e infinitamente menor do que o orçamento destinado ao Agronegócio, os recursos que chegam ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) são insuficientes para as desapropriações necessárias para assentar as famílias que precisam de terra para cultivar. Além do orçamento, toda a estrutura do Incra (física, normativa e de pessoal) também precisa passar por mudanças profundas para adequar o órgão as demandas que lhes são apresentadas. Hoje, o Incra somente funciona quando pressionado pelas mobilizações dos camponeses.
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