sexta-feira, 25 de novembro de 2011

1º Tempo - Comunidade no Assentamento Paraná


Relatório parcial da atividade Tempo-Comunidade

Disciplina: Introdução à Filosofia

Discente: Manoel Valquer Oliveira Melo

A estratégia de ação para a atividade tempo-comunidade, foi desenvolvida pelo grupo de trabalho composta por (dezesseis) 16 alunos do PROCAMPO, ocorrendo no dia 22 de outubro de 2011 ao Assentamento Paraná – localizado no município de Girau do Ponciano – AL, sob a coordenação da equipe de docentes do PROCAMPO.

Os trabalhos foram iniciados aproximadamente às 09h30m nas dependências da Escola Municipal Dr. Ricardo Vitório, onde fomos recepcionados pela direção do Sr. Antônio Messias de Silva, o qual nos disponibilizou lanche, água e o almoço. Bem como tivemos uma excelente receptividade durante a obtenção de algumas informações sobre a atual realidade educacional que perpassa a referida escola.

No ano de 2011, no âmbito da Educação Infantil ao 9º ano, a oferta básica do serviço escolar atendeu uma média de 487 alunos, considerando 02 turmas de Educação de Jovens adultos – EJA. Segundo relato da direção, esta última modalidade de ensino teve 80% de evasão escolar. Sob uma análise superficial desta informação periclitante da realidade da escola, foram levantadas algumas hipóteses “adhoc”. Sem quer propor juízos de valor sob este olhar, poderíamos observar que esta evasão pode ser resultante.

1) Em decorrência da ausência de um trabalho educacional voltado para ressignificar estas identidades camponesas;

2) A evasão dos educandos pode também ser resultado da busca por novas frentes de trabalho em outras localidades;

3) A própria desvalorização do ensino nesta faixa etária, quer seja pela comunidade, quer sejam pelas políticas educacionais brasileiras no que tange as relações de exclusão aos estudantes do campo.

Positivamente, por outro lado, observamos que a escola possui uma boa infraestrutura, pois ficamos satisfeitos com a sua instalação e seus equipamentos, no que se refere à iluminação, a ventilação e a sua arquitetura.

Durante uma conversa informal com a direção foi colocado que a Escola possui um Plano de Ação Articulada – PAR, um Projeto Político Pedagógico – PPP e que estes contemplam a realidade do campo. Segundo ficou acordado com a coordenação que, na 2ª visita do Tempo-comunidade, estes documentos estariam disponibilizados para a nossa equipe.

Ressaltamos que alguns dos legumes e das verduras consumidas durante o almoço, foram colhidos da horta existente nas dependências da escola. Durante a nossa visita observamos que havia uma atividade esportiva ligada aos estudantes, o que nos pareceu bastante envolvente para os mesmos.

Outros pontos foram elencados referentes aos serviços ofertados, lembrando que não só condiz com o sistema educacional da localidade, mas atinge a comunidade como um todo. Anotamos alguns pontos que nos chamaram a atenção.

1) As condições do transporte estudantil- frequentemente quebra por falta de manutenção, o que compromete a qualidade ofertada pelo serviço no Assentamento;

2) No que se refere aos docentes, apenas dois deles são moradores da localidade, o restante são docentes de outras regiões que atuam na comunidade.

3) As necessidades da acessibilidade e a mobilidade, referentes aos serviços ofertados na localidade que parte da economia, saúde, educação e lazer – talvez possam comprometer o desenvolvimento sustentado do local e o controle social.

4) A constante falta d’água tanto na escola como na comunidade.

Enquanto isso, durante o transcorrer das atividades propostas para a nossa visita. A priori foram designados os Grupos de Trabalho, formados exclusivamente pelo alunado do PROCAMPO, onde estes fizeram o trabalho de campo, através de coleta de dados com entrevistas abertas, no intuito de reconhecer a realidade territorial, a partir dos seus aspectos culturais, arquitetônicos, tradicionais, econômicos, tecnológicos, socioambientais e o que se referiam à atenção das políticas públicas que atingiam diretamente aquela comunidade.

Como pressuposto filosófico, no que tange a perspectiva educacional da disciplina Introdução à Filosofia, foi solicitado aos Grupos de Trabalho, que estes observassem durante as visitas domiciliares e as respectivas entrevistas; o que não era tão visível para a comunidade no sentido do senso comum, o que estaria sendo obscurecido e velado acerca daquela realidade cotidiana. Cabendo cada grupo elaborar um relatório sobre aquela experiência vivida, já que muitos de nossos alunos se reconheceram durante aquela realidade empírica. Ou seja, naquela atividade tempo-comunidade ao mesmo eles eram sujeitos e objetos daquela experiência particular.

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