quinta-feira, 10 de maio de 2012

TC e Introdução a Sociologia


RELATÓRIO TEMPO-COMUNIDADE
Assentamento Paraná

Prof. Sérgio Ricardo G. dos S. Melo

Em nosso tempo comunidade na disciplina Introdução a Sociologia realizado em 09 de março de 2012, nos esforçamos para operacionalizar algumas das noções teóricas básicas do clássico sociólogo francês Emile Durkheim, oportunizando aos alunos a aplicação, ainda que incipiente, de um sistema social numa realidade particular, com todos os limites de tal empreendimento. Durkheim insere em seu espectro de preocupações a ordem social ou coesão social, nesta direção conceitos como consciência coletiva, fato social e controle social tornam-se basilares para explicarmos a estabilidade ou desordem social no interior de um grupo (no caso em questão) ou em um complexo social mais amplo como uma sociedade.  Durkheim prioriza as estruturas sociais aos sujeitos ou atores particulares desta forma sua teoria insere-se, “classificatoriamente”, entre aquelas denominadas estruturais ou objetivistas, ou seja, os atores sociais são objetivados pelas estruturas sociais como família, tradição, costumes, Estado etc., nessa perspectiva o equilíbrio social passa menos por uma atitude individual, mas sim pela força moral das representações sociais. A partir da teoria do autor francês elaboramos um questionário tendo como escopo observar, neste instante primeiro, os elementos que determinam o horizonte subjetivo (valores estéticos, gostos, sonhos, objetivos) dos alunos do assentamento bem como identificar a fonte de coesão social desta sociedade simples, em termos durkheimianos.
            Lê-se, ressaltando o caráter absolutamente insuficiente da amostragem e ausência de outras técnicas e métodos de pesquisa indispensáveis para uma avaliação próxima desta comunidade, que há uma forte presença da religião cristã católica como disseminadora das fronteiras comportamentais ao lado da tradição como principais vetores destacando aquilo que Durkheim conceitua como solidariedade mecânica. É mister também realçar o desejo da maioria dos alunos, em faixas etárias distintas, de permanecer no campo, inversamente ao que apregoa a ideologia industrial urbana que aponta a inevitabilidade teleológica deste modelo como anseio de todos os sujeitos.
            Destacamos preliminarmente a premência de se proporcionar condições para que o homem fixe-se no campo, não apenas como uma necessidade sócio-espacial (explosão demográfica nos centros urbanos, favelização, etc.) ou enquanto uma imposição econômica (divisão espacial dos setores de produção, aumento e diversificação da produção, etc.), mas, principalmente, porque este sujeito é forjado em termos físicos e espirituais em dadas condições as quais condicionam suas ambições e aspirações, portanto sua “felicidade”.
            Apesar do curto tempo e debilidades outras, os alunos conseguiram com razoável êxito, estabelecer relações entre Durkheim e a observação empírica, de fato o que pretendíamos aquela altura.

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