RELATÓRIO
TEMPO-COMUNIDADE
Assentamento Paraná
Prof. Sérgio Ricardo G. dos S. Melo
Em nosso tempo comunidade na disciplina Introdução a Sociologia realizado em 09 de março de 2012, nos esforçamos
para operacionalizar algumas das noções teóricas básicas do clássico sociólogo
francês Emile Durkheim, oportunizando aos alunos a aplicação, ainda que
incipiente, de um sistema social numa realidade particular, com todos os
limites de tal empreendimento. Durkheim insere em seu espectro de preocupações
a ordem social ou coesão social, nesta direção conceitos como consciência
coletiva, fato social e controle social tornam-se basilares para explicarmos a
estabilidade ou desordem social no interior de um grupo (no caso em questão) ou
em um complexo social mais amplo como uma sociedade. Durkheim prioriza as estruturas sociais aos
sujeitos ou atores particulares desta forma sua teoria insere-se,
“classificatoriamente”, entre aquelas denominadas estruturais ou objetivistas,
ou seja, os atores sociais são objetivados pelas estruturas sociais como
família, tradição, costumes, Estado etc., nessa perspectiva o equilíbrio social
passa menos por uma atitude individual, mas sim pela força moral das
representações sociais. A partir da teoria do autor francês elaboramos um
questionário tendo como escopo observar, neste instante primeiro, os elementos
que determinam o horizonte subjetivo (valores estéticos, gostos, sonhos,
objetivos) dos alunos do assentamento bem como identificar a fonte de coesão
social desta sociedade simples, em termos durkheimianos.
Lê-se,
ressaltando o caráter absolutamente insuficiente da amostragem e ausência de
outras técnicas e métodos de pesquisa indispensáveis para uma avaliação próxima
desta comunidade, que há uma forte presença da religião cristã católica como
disseminadora das fronteiras comportamentais ao lado da tradição como
principais vetores destacando aquilo que Durkheim conceitua como solidariedade
mecânica. É mister também realçar o desejo da maioria dos alunos, em faixas
etárias distintas, de permanecer no campo, inversamente ao que apregoa a
ideologia industrial urbana que aponta a inevitabilidade teleológica deste
modelo como anseio de todos os sujeitos.
Destacamos
preliminarmente a premência de se proporcionar condições para que o homem
fixe-se no campo, não apenas como uma necessidade sócio-espacial (explosão
demográfica nos centros urbanos, favelização, etc.) ou enquanto uma imposição
econômica (divisão espacial dos setores de produção, aumento e diversificação
da produção, etc.), mas, principalmente, porque este sujeito é forjado em
termos físicos e espirituais em dadas condições as quais condicionam suas
ambições e aspirações, portanto sua “felicidade”.
Apesar
do curto tempo e debilidades outras, os alunos conseguiram com razoável êxito,
estabelecer relações entre Durkheim e a observação empírica, de fato o que
pretendíamos aquela altura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Boas vindas a todos/as que visitam nosso Blog!